São Paulo, Brasil
Vive e trabalha em São Paulo, Brasil

A prática de Luisa Alcântara envolve o espectador em um espaço onde intimidade e distanciamento convergem, entrelaçando suas experiências pessoais com reflexões interpessoais agudas. Ela reimagina momentos cotidianos — como figuras envolvidas em atos aparentemente inocentes — e os infunde com um tom perturbador, insinuando a perversidade moral que se esconde sob a superfície.

Seu trabalho explora os segredos ocultos da imagem, revelando camadas de desejos dissimulados e verdades não ditas. A lente de Alcântara é tanto detalhada quanto sombriamente humorística, despindo qualquer sensação de conforto para expor uma tensão crua entre aparência e realidade. Ela desafia a noção de liberdade do espectador ao apresentar cenas que provocam desconforto, destacando a tensão incômoda entre normas sociais e impulsos individuais. Seu processo artístico reflete uma precisão quase violenta, com uma atenção acentuada às texturas da pele, do corpo e à interseção entre desejo e desespero.

Suas obras mergulham na exploração da mortalidade e da paixão, não como experiências passivas, mas como forças que moldam e distorcem a experiência humana. Com um espírito quase predatório, Alcântara examina as complexidades da existência, focando no peso da presença corporal, na sombra da depressão e na atração sufocante do desejo. Ao fazer isso, ela cria um comentário contundente sobre a natureza da limitação, do conflito moral e das correntes obscuras que fluem sob a vida cotidiana.